Camu-camu - Myrciaria dubia (H.B.K.) Mcvaugh


Nome popular: caçari cauari
Nome científico: dubia (H B K..) McVaugh
Família botânica: Myrtaceae
Origem: Região Amazônica
Características da planta
Arbusto de pequeno porte, podendo atingir até 3 m de altura, caule com casca lisa. Folhas avermelhadas quando jovens e verdes posteriormente, lisas e brilhantes. Flores brancas, aromáticas, aglomeradas em grupos de 3 a 4.
Fruto
Arredondado, de coloração avermelhada quando jovem e roxo- escura quando maduro. Polpa aquosa envolvendo a semente de coloração esverdeada. Frutifica de novembro a marco.
Cultivo
Espécie silvestre que ocorre predominantemente ao longo das margens de rios e lagos,com a parte inferior do caule e frequentemente submerso.
O camu-camu, de acordo com resultados obtidos em experimentas realizados pelo Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), apresenta alto valores nutritivos e, em especial, possui uma concentração de vitamina C em sua polpa superior ao da acerola e cerca de 30 vezes maior que a da laranja. Técnicos do INPA estão, também, fazendo experimentos que procuram viabilizar comercialmente o seu cultivo, tornando a planta mais produtiva. Para quem conhece os teores de ácido ascórbico - ou vitamina C - contidos na acerola e a dimensão dos valores e ganhos obtidos em sua exploração econômica, estas são importantes afirmações.
A recomendação nutricional diária para consumo de vitamina C, segundo informação da Food and Nutrition Board, é de 0,09 g para homens e 0,075 g para mulheres, no caso de adultos. Cada fruto do camu-camu pesa em torno de 8 g, podendo chegar até 15 g em alguns casos. Levando-se em conta a quantidade média de vitamina C do camu-camu e seu peso, míseras 12 frutinhas (cerca de 100 g), jogadas no liquidificador e batidas, fazem um suco que ultrapassa largamente o consumo mínimo desejável para um adulto diariamente. Mesmo que o processamento da fruta cause alguma perda, ainda assim o suco continua altamente rico em vitamina C. Como não é sintetizada pelo organismo, a vitamina C precisa ser ingerida. Suas inúmeras funções vão desde o fortalecimento da imunidade até a síntese dos ácidos biliares (veja quadro Por que você precisa da vitamina C?). Além disso, exerce um papel antioxidante, atenuando a ação dos radicais livres e contribuindo, assim, para evitar doenças crônicas.
Fruto de planta nativa da Amazônia, o camu-camu cresce em arbustos ou pequenas árvores e se encontra disperso em quase toda a região. Pode ser encontrado, invariavelmente, à beira dos igarapés, rios ou em regiões permanentemente alagadas, onde a parte inferior de seu caule pode ficar imersa.
Os frutos do camu-camu são pequenas esferas do tamanho de cerejas, de casca mais resistente do que a acerola, lembrando a jabuticaba: sua casca, ao se romper na boca, deixa escapar o caldo da polpa, que fica envolto em uma semente única. Apresentam uma cor avermelhada que, à medida que vão amadurecendo, passam a um roxo enegrecido.
Muitas vezes, as frutinhas são encontradas em tamanha quantidade, que o colorido que dão à margem das águas amazônicas chama a atenção de qualquer pessoa. Em Roraima onde ela pode ser encontrada em profusão, há até mesmo um bairro da cidade de BoaVista que tomou emprestado da fruta o nome de caçari pelo qual é mais conhecido na região.
Apesar de tanta abundância, o brasileiro nativo ainda não aprendeu a aproveitar de toda a generosidade dessa planta.
Quando muito, o camu-camu é utilizado como passatempo e tira-gosto pelos pescadores nas longas horas em que permanessem à beira d'água, próximos aos arbustos repletos. Na pescaria, a fruta é também utilizada como isca para o tambaqui, um dos melhores e mais comuns peixes amazônicos.
Atualmente, é na Amazônia peruana onde vamos buscar algumas lições para a utilização desta fruta. Ali, o camu-camu é pouco consumido in natura. Por ser bastante ácido, apesar de doce, é fruta preterida para o preparo de refrescos, sorvetes, picolés, geléias, doces ou licores, além de acrescentar sabor e cor a diferentes tipos de tortas e sobremesas confeccionadas à base de outras frutas. Em todos os casos, a casca deve ser acrescentada juntamente com a polpa suculenta da fruta, pois, é ela que concentra a maior parte de seus teores nutritivos e que carrega sua bonita e atraente coloração vermelho- arroxeada.
O camu-camu é uma espécie tipicamente silvestre, mas com um grande potencial econômico capaz de colocá-lo no mesmo nível de importância de outras frutíferas tradicionais da região amazônica, tais como o açaí e o cupuaçu.

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